segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Os Esquemas & Compania.


Foto duvulgação do blog escrivinhador

BLOG DO U: Diretos dos blogs independentes, pois a grande mídia insiste em esconder José Serra das patranhas que roi as administrações de PSDB E DEM. Leia também o post abaixo.



http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=7879&Itemid=2

http://www.rodrigovianna.com.br/

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/propina-no-governo-do-dem-era-de-40/

http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/



A suspensão de um concurso fraudado para perito da Polícia Civil de São Paulo, e a sustação do pagamento dos últimos três meses às empresas responsáveis por emplacamento de carros no Estado ocupam amplo espaço na imprensa hoje - no Estado de S.Paulo e na Folha de S.Paulo.

Como sempre, à moda da imprensa: títulos e textos não associam os dois escândalos ao governo tucano de São Paulo e nem ao governador José Serra (PSDB), ao contrário do que fariam - não tenham dúvidas - se os dois casos ocorressem em administrações sob o comando do PT.

O esquema de corrupção que envolve o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN-SP), segundo as investigações preliminares, já causou um prejuízo de R$ 40 milhões aos cofres públicos estaduais. Além de empresários, também, delegados de polícia são suspeitos de participar das irregularidades. O concurso na Polícia Civil, realizado no meio do ano, está suspenso porque beneficiou um parente de um dos diretores do órgão que só não ficou com a vaga porque saiu-se mal em questões elementares na prova oral.

Os dois fatos provam a incúria com que os tucanos governam o Estado de São Paulo há 16 anos. Não mudou nada o esquema de corrupção no DETRAN - melhor dizendo, nos DETRANs, já que no Rio Grande do Sul, adminsitrado pela governadora tucana Yeda Crusius, um dos principais escândalos que a envolvem e que teria causado prejuízo de R$ 44 milhões aos cofres estaduais gaúchos, também tem como foco central o DETRAN-RS.

Cono se vê, nos governos do PSDB em São Paulo e no Rio Grande do Sul, os DETRANs continuam sendo órgãos corruptos. Mas a mídia não dá a menor importância a isso. Noticia esporadicamente algo que envolva um ou outro, mas jamais dá destaque ao que interessa: não informa ao leitor sobre quem nomeou seus diretores, de que partido eles vêm - ou a legenda partidária de quem os nomeia - e, no caso de São Paulo, nunca mostra que os sucessivos dirigentes do DETRAN há 16 anos são nomeados pelos governos tucanos que se sucedem no Estado.

sábado, 28 de novembro de 2009

O Mensalão do DEM no DF.


BLOG DO U: Direto de Brasila

5 mil professores se reúnem em SP, mas governo desmarca


BLOG DO U:Direto do sitio do Deputado Federal Hamilton Pereira (PT) a mobilização dos professores contra a política devastadora contra a educação do estado de São Paulo do governo Zé Serra.
Agora imaginem se ele for presidente, por isso pessoal de olho nele, será pior que FHC.
Alguem duvida?



Cerca de 5.000 professores da rede pública de ensino de São Paulo esperavam acompanhar a negociação entre o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do estado de São Paulo (Apeoesp) e o secretário Estadual de Educação, Paulo Renato Souza, na tarde desta quinta-feira (26), em assembleia, na Praça da república em São Paulo. Entretanto, o secretário desmarcou a reunião.


Na ausência de negociação, a Apeoesp confirmou a disposição dos professores de entrar em greve no início de 2010 caso o governo do estado não negocie com a categoria. "Se o governo continuar com a política de exclusão dos professores, o ano letivo não vai começar", afirmou Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp.


De acordo com a dirigente sindical, a assembleia marcou o "Dia do Basta" e a paralisação sinaliza a disposição da categoria em pressionar o governo para mudar a política educacional do estado. "A avaliação por mérito criada pelo governo foi a gota d'água e essa assembleia foi decisiva: os professoes vão acompanhar de perto a negociação e, se necessário, partir para a greve".


Segundo Maria Izabel, nova reunião com o secretário Estadual de Educação está marcada para o dia 1º de dezembro às 17 horas. Nova assembleia também está agendada para o mesmo horário.


Os professores reivindicam reajuste salarial de 27,5%; 6% das perdas de 2009; incorporação de duas gratificações, com extensão aos aposentados; fim da política excludente de "promoção por mérito"; fim da "provinha" dos admitidos em caráter temporário; garantia de direitos e concurso público classificatório.


Rede Brasil Atual

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Adeus FHC


BLOG DO U: direto do blog Brasilia eu vi!

Fernando Henrique Cardoso foi um presidente da República limítrofe, transformado, quase sem luta, em uma marionete das elites mais violentas e atrasadas do país. Era uma vistosa autoridade entronizada no Palácio do Planalto, cheia de diplomas e títulos honoris causa, mas condenada a ser puxada nos arreios por Antonio Carlos Magalhães e aquela sua entourage sinistra, cruel e sorridente, colocada, bem colocada, nas engrenagens do Estado. Eleito nas asas do Plano Real – idealizado, elaborado e colocado em prática pelo presidente Itamar Franco –, FHC notabilizou-se, no fim das contas, por ter sido co-partícipe do desmonte aleatório e irrecuperável desse mesmo Estado brasileiro, ao qual tratou com desprezo intelectual, para não dizer vilania, a julgá-lo um empecilho aos planos da Nova Ordem, expedida pelos americanos, os patrões de sempre.
Em nome de uma política nebulosa emanada do chamado Consenso de Washington, mas genericamente classificada, simplesmente, de “privatização”, Fernando Henrique promoveu uma ocupação privada no Estado, a tirar do estômago do doente o alimento que ainda lhe restava, em nome de uma eficiência a ser distribuída em enormes lucros, aos quais, por motivos óbvios, o eleitor nunca tem acesso.


Das eleições de 1994 surgiu esse esboço de FHC que ainda vemos no noticiário, um antípoda do mítico “príncipe dos sociólogos” brotado de um ninho de oposição que prometia, para o futuro do Brasil, a voz de um homem formado na adversidade do AI-5 e de outras coturnadas de então. Sobrou-nos, porém, o homem que escolheu o PFL na hora de governar, sigla a quem recorreu, no velho estilo de república de bananas, para controlar a agenda do Congresso Nacional, ora com ACM, no Senado, ora com Luís Eduardo Magalhães, o filho do coronel, na Câmara dos Deputados. Dessa tristeza política resultou um processo de reeleição açodado e oportunista, gerido na bacia das almas dos votos comprados e sustentado numa fraude cambial que resultou na falência do País e no retorno humilhante ao patíbulo do FMI.


Isso tudo já seria um legado e tanto, mas FHC ainda nos fez o favor de, antes de ir embora, designar Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, o que, nas atuais circunstâncias, dispensa qualquer comentário.


Em 1994, rodei uns bons rincões do Brasil atrás do candidato Fernando Henrique, como repórter do Jornal do Brasil. Lembro de ver FHC inaugurando uma bica (isso mesmo, uma bica!) de água em Canudos, na Bahia, ao lado de ACM, por quem tinha os braços levantados para o alto, a saudar a miséria, literalmente, pelas mãos daquele que se sagrou como mestre em perpetuá-la. Numa tarde sufocante, durante uma visita ao sertão pernambucano, ouvi FHC contar a uma platéia de camponeses, que, por causa da ditadura militar, havia sido expulso da USP e, assim, perdido a cátedra. Falou isso para um grupo de agricultores pobres, ignorantes e estupefatos, empurrados pelas lideranças pefelistas locais a um galpão a servir de tribuna ao grande sociólogo do Plano Real. Uns riram, outros se entreolharam, eu gargalhei: “perder a cátedra”, naquele momento, diante daquela gente simples, soou como uma espécie de abuso sexual recorrente nas cadeias brasileiras. Mas FHC não falava para aquela gente, mas para quem se supunha dono dela.


Hoje, FHC virou uma espécie de ressentido profissional, a destilar o fel da inveja que tem do presidente Lula, já sem nenhum pudor, em entrevistas e artigos de jornal, justamente onde ainda encontra gente disposta a lhe dar espaço e ouvidos. Como em 1998, às vésperas da reeleição, quando foi flagrado em um grampo ilegal feito nos telefones do BNDES. Empavonado, comentava, em tom de galhofa, com o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, das Comunicações, da subserviência da mídia que o apoiava acriticamente, em meio a turbilhão de escândalos que se ensaiava durante as privatizações de então:


Mendonça de Barros – A imprensa está muito favorável com editoriais


FHC – Está demais, né? Estão exagerando, até!


mesma mídia, capitaneada por um colunismo de viúvas, continua favorável a FHC. Exagerando, até. A diferença é que essa mesma mídia – e, em certos casos, os mesmos colunistas – não tem mais relevância alguma.


Resta-nos este enredo de ópera-bufa no qual, no fim do último ato, o príncipe caído reconhece a existência do filho bastardo, 18 anos depois de tê-lo mandado ao desterro, no bucho da mãe, com a ajuda e a cumplicidade de uma emissora de tevê concessionária do Estado – de quem, portanto, passou dois mandatos presidenciais como refém e serviçal.


Agora, às portas do esquecimento, escondido no quarto dos fundos pelos tucanos, como um parente esclerosado de quem a família passou do orgulho à vergonha, FHC decidiu recorrer à maconha.


A meu ver, um pouco tarde demais

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Diferença entre apagão e blecaute


BLOG DO U: O Paulo Henrique Amorim postou um texto do o Stanley Burburinho sobre as diferença entre apagão e blecaute.


O Stanley Burburinho – quem será ele? – enviou ao Conversa Afiada uma cronologia que mostra a omissão do governo de Fernando Henrique Cardoso, o Farol de Alenxadria, em preparar o país para enfrentar o apagão, que ocorreu durante a gestão tucana:
São meus todos os grifos nos textos abaixo – Stanley:




Não foi por falta de aviso. Houve muitos. Foi por imprevidência mesmo – e crença na salvação das chuvas. Abaixo, alguns dos alertas recebidos por dezenas de autoridades do governo:

– Setembro de 1995 – A Eletrobrás alerta o ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, para o risco de racionamento de energia em 2001-2003 e estima que, nesse período, o consumo terá de cair 10%.

2 – Maio de 1996 – A Eletrobrás alerta o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, o secretário Andrea Calabi (Planejamento) e os secretários José Roberto Mendonça de Barros e Pedro Parente (Fazenda) sobre a gravidade da crise. Em documento de 38 páginas, lista medidas emergenciais e prevê racionamento para o período 1998-1999.
3 – Junho de 1997 – Num encontro em Belo Horizonte, técnicos das distribuidoras de energia alertam para o risco iminente de blecautes em Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.
4 – Janeiro de 1999 – Depois de o Rio Grande do Sul ter sofrido 31 cortes de energia, a secretária estadual de Minas e Energia, Dilma Vana Rousseff, viaja a Brasília e alerta autoridades do setor elétrico de que o problema gaúcho se estenderá ao país caso não se invista em geração e transmissão.
5 – Março de 1999 – Dias depois do maior apagão da história do país, o físico Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio, avisa, em reunião no Senado, que o blecaute é sinal da vulnerabilidade do sistema de transmissão e da falta de investimentos no setor energético. Estão presentes Rodolpho Tourinho (ministro das Minas e Energia), Mário Santos (do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS), além dos presidentes de Furnas e Eletrobrás.
6 – Abril de 2000 – Em reunião com a cúpula do ONS, o presidente da estatal energética gaúcha, Vicente Rauber, propõe um plano imediato de racionamento de energia no país. A proposta é rejeitada.
7 – Setembro de 2000 – Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), divulga uma “mensagem de alerta à indústria” prenunciando escassez de energia no Estado.
8 – Outubro de 2000 – Num seminário em Brasília, Luis Carlos Guimarães, diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, alerta que o país está à beira de um colapso energético. Estão presentes técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
9 – Dezembro de 2000 – O ONS entrega ao ministro Rodolpho Tourinho e ao diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, um relatório informando que o nível dos reservatórios de água das represas está razoável.
10 – 12 de março de 2001 – O ONS entrega novo relatório à Aneel e ao secretário executivo das Minas e Energia, Hélio Vitor Ramos, traçando, desta vez, um quadro sombrio do nível dos reservatórios de água das represas por causa da falta de chuvas.
11 – 20 de março de 2001 – O ONS informa o novo ministro das Minas e Energia, José Jorge, sobre a gravidade da situação. Três dias depois, no Palácio da Alvorada, FHC reúne-se com a equipe econômica e membros do setor elétrico para tratar do tema. À espera de chuva em abril, descartam o racionamento.
12 – 25 de abril de 2001 – Sem as chuvas esperadas, o ONS pede oficialmente ao ministro José Jorge, das Minas e Energia, que deflagre um processo de racionamento.
13 – 8 de maio de 2001 – O governo propõe as primeiras medidas de redução do consumo. Dois dias depois, FHC mostra espanto com a gravidade do problema e com o desencontro de informações dentro do governo. Decide criar um comitê para enfrentar a crise e coordenar o racionamento.”
“Professor Ildo Sauer, da Universidade de São Paulo, classifica de “irresponsável” política energética do governo federal, e diz que não foi a falta de chuvas que provocou o colapso.
(…)

SÃO PAULO – São Pedro é inocente, a culpa é do governo. Essa é a tese do engenheiro Ildo Sauer, professor da Universidade de São Paulo, para a crise energética que vive o país.
(…)

Precisamos desmasacarar a grande mentira do governo de que vai faltar energia porque não choveu. Faltaram investimentos. No ano passado fizemos uma palestra na Câmara dos Deputados mostrando os riscos de um colapso energético, porém o diretor da Operadora Nacional de Sistemas (ONS) disse que não teria problemas porque iria chover”, declarou.
O especialista frisou que desde 1931 houve 19 oportunidades em que choveu menos que o ano anterior, no entanto não houve necessidade de racionamento.
“A crise não é de falta d’água, mas sim, de falta de investimentos. O governo seguiu as normas do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, ressaltou.
O engenheiro afirmou, também, que desde 1995 já existe uma defasagem entre a oferta e a procura de energia.
“Sabendo disso o governo deveria ter planejado um modelo mais consistente para evitar o colapso energético. Não houve investimentos em linhas de transmissão e a equipe de governo foi muito dogmática”.
Sauder criticou acidamente as medidas anunciadas pelo governo para reduzir o consumo energético em 20%. “As medidas rasgam a constituição, não têm sustentação jurídica. O tarifaço é injustificado e castiga a população. É pior que um castigo físico”.
Abaixo, um texto que mostra o professor Ildo sendo perseguido pelo FHC e pelo Pedro Parente:

10 de maio de 2002
Governo FHC tenta intimidar Ildo Sauer
O governo FHC passou a ameaçar os críticos da sua política de energia. Pedro Parente, ministro responsável pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica resolveu pedir explicações ao Reitor da USP sobre os relatórios produzidos pela equipe do professor Ildo Sauer, docente do IEE.
O professor Sauer demonstrou irregularidades e indícios de improbidade nos contratos de compra de energia emergencial e nas compensações dadas às concessionárias por meio da Medida Provisória 14, de 21/12/2001. Esses estudos orientam o Ministério Público Federal na investigação aberta sobre o caso.
Em tempo: a edição de hoje da Folha (*): traz declaração da ministra Dilma Rousseff sobre o apagão do governo FHC e o blecaute dos últimos dias: “Sabe aquela árvore de Natal que tem na lagoa Rodrigo de Freitas? Sabe aquela outra que tem no parque Ibirapuera? A hipótese de ter árvore de Natal em 2001 e 2002 era zero, porque não tinha energia”, afirmou.”

Aliado da "Globo" e da "Folha", Serra é o campeão da vaia na etapa paulista da Confecom


Serra atirou contra a Confecom: colheu a vaia em São Paulo


BLOG DO U: A confecom (conferencia da comunicação) realiza em São Paulo, e relatado pelo compentente Jornalista Rodrigo Viana, no seu Blog escrivinhador.com.br, para facilitar ai vai o post na integra.

Passei o fim-de-semana na Assembléia Legislativa de São Paulo, a acompanhar a etapa paulista da Conferência de Comunicação (Confecom)*. Foi um processo ríquissimo. Lá não estavam só jornalistas e empresários de comunicação. Não. Parece que a sociedade brasileira (ou, ao menos, seus setores mais organizados) despertaram para um fato: a comunicação é assunto importante demais para ser deixado nas mãos (apenas) dos jornalistas. Ainda bem.



Como em todos os Estados, houve escolha de delegados pelos três setores: sociedade civil, setor governamental e setor empresarial (hipocritamente chamado de "sociedade civil empresarial").



Na semana passada, escrevi aqui que os grandes empresários (ligados às "teles" e ao grupo Bandeirantes) tentaram dar um golpe: queriam excluir pequenos e micro empresários da delegação que vai a Brasilia - http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/tim-oi-e-telefonica-querem-dar-golpe-na-confecom-elas-ja-entraram-para-o-pig-vamos-reagir.


Só que os pequenos fizeram barulho, bateram o pé, ameaçaram ir pra Justiça... E aí as "teles" recuaram. Na última hora (pressionadas pelo governo Lula, é bom dizer), aceitaram que os pequenos tivessem 20 representantes. As"teles" e a Band ficaram com 64 representantes.


Interessante notar: São Paulo foi o único Estado (até agora) que elegeu representantes empresariais não-alinhados com o grande capital. Uma vitória estratégica. Por que?

Pelo regimento da Confecom, qualquer proposição, para ser aprovada na etapa nacional, em Brasília, precisará cumprir dois requisitos: votos de metade mais um do total de delegados e (atenção!) pelo menos um voto em cada setor representado (empresarial, sociedade civil e govenamental).



Os 20 micro e pequenos empresáriso eleitos por São Paulo, portanto, poderão ter um papel decisivo. Certamente, muitos deles vão votar ao lado dos movimentos sociais ("sociedade civil), o que pode determinar um resultado mais avançado para a Conferência.



Mas, quando falei que o processo que assisti em São Paulo foi riquíssimo, referia-me a outra coisa. Terminadas as negociações entre os empresários (eu participei nesse campo, no lado dos "pequenos", evidentemente), fui acompanhar as plenárias da sociedade civil. Ali, havia movimentos de moradia, psicólogos, sindicalistas, gente ligada ao Hip Hop, a turma do movimento negro, quilombolas, feministas, associações de rádios comunitárias... Até jornalistas havia!!! Todo mundo louco pra debater e criticar a comunicação que se faz no Brasil.



O mais incrível: no meio desse caldeirão de idéias e tendências, o pessoal da sociedade civil de São Paulo (eram mais de 500 inscritos) teve maturidade para eleger uma chapa única de 84 delegados que irão à Brasilia em dezembro - tudo na base de negociação, exaustiva.


Vi movimento de mulheres aceitando ceder delegados para determinada corrente sindical. Vi uma intensa capacidade de negociação, e um respeito impressionante pelas diferenças.



É algo novo no Brasil.


Um veterano (mas animadíssimo!) militante que acompanhava a plenária a meu lado observou: "esse processo não existe em lugar nenhum da América Latina. É típico do Brasil."

Interessante observar isso. Na Venezuela, por exemplo, tudo parece mais "politizado". Só que tudo depende da figura de Chavez. Se ele resolve enfrentar a mídia, aí os chavistas partem pro confronto. Parece (pra quem já esteve lá, e eu estive) muito mais "emocionante".

O processo no Brasil é mais pactuado, com menos enfrentamento. Em compensação, não precisamos de um líder a apontar o caminho. Não. Plenárias como as que eu assisti em São Paulo ajudam a formar dezenas de militantes que -por anos e anos - estarão combatendo por mudanças, por democracia. Cada um a seu modo. Sem centralismo. Novos "lulas" podem surgir de assembléias como a que acompanhei...



Talvez, as coisas sejam mais lentas assim. Mas acho que devemos (os brasileiros) nos sentir orgulhosos. Do nosso jeito, estamos construindo instâncias muito ricas.



Bem, mas isso tudo não significa que a política passe longe da Conferência. Não. Ao contrário.



Concluídos os debates sobre Comunicação, na sessão de encerramento da etapa paulista, foram apresentadas várias moções (de apoio ou repúdio), sobre temas variados: do apoio à Palestina à memória de Zumbi dos Palmares.

Mas, advinhem qual moção teve mais apoio? A que condenava o governador José Serra por não ter convocado a etapa paulista da Conferência. Sim! Serra, prestando um serviço aos grandes grupos de mídia que fugiram da Conferência (Globo, Abirl, Folha e outros), preferiu se fingir de morto. A Assembléia Legislativa é que teve de convocar a etapa paulista.

Serra recebeu uma vaia consistente. Ah, pura implicância de militantes esquerdistas, dirão alguns. Não. ATé porque o deputado que comandou os trabalhos em nome da Assembléia é do DEM. E foi tratado com muita cordialidade por todos.

Aécio em Minas, por exemplo, convocou a conferência estadual. Serra não. Por isso, foi o campeão da vaia.

Serra pode ter errado no cálculo. Assimo como a Globo, a Abril, a Folha e outros grupos que ficaram de fora da Confecom. Já que falamos em Venezuela, a atitude deles lembra-me a da oposição a Chavez, que se recusou a disputar eleições. Ficou sem representação no Congresso (poderia ter feito 40% dos deputados). Ganhou que com isso? Nada. Só perdeu espaço... O mesmo pode acontecer com Serra, Globo e a turma deles.

Mas isso é e problema deles...



Quase ao fim dos trabalhos neste domingo, a deputada Luiza Erundina (que cumpre um papel importante na Comissão de Comunicação da Câmara Federal) fez um pequeno discurso, e lembrou um nome que tinha passado quase batido até ali: Erundina (que nem é mais do PT) lembrou que a Confecom existiu porque Lula topou convocá-la (contra a vontade da Globo e dos velhos jornais, que boicotam a Conferência).



Erundina foi interrompida para longos aplausos a Lula.



Serra foi o campeão da vaia. Lula ganhou aplausos.


Mas aplausos mesmo merecem os movimentos sociais que toparam comprar essa briga. A guerra será longa.



Reproduzo aqui o discurso de Joaquim Palhares (diretor do site "Carta Maior), na abertura dos trabalhos da etapa paulista. É uma espécie de manifesto, que resume os desafios que teremos pela frente - http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16252.



E, para encerrar, lembro a frase de Laurindo Leal Filho (professor de Comunicação da USP), que também falou da abertura: "um país que caminha para se transformar na quinta economia do Mundo não pode mais conviver com uma comunicação de quinta categoria".



A Confecom, é bom explicar, não terá caráter deliberativo. Como acontece com outras conferências nacionais já convocadas por Lula (Saúde, Direitos Humanos, Mulheres...), ela servirá para nortear o debate. A Confecom pode estabelecer diretrizes, por exemplo, para se rever a política de concessões ou de distribuição de verbas públicas. O governo poderá ganhar força para fazer mudanças, porque poderá dizer: "não sou eu que quero, é a sociedade que pede".



Não se deve, entretanto, esperar mudanças rápidas. Trata-se de processo longo, de acúmulo de forças. Mas a tampa da panela de pressão foi aberta. O vapor não volta mais pra dentro. Pra azar do Serra e da Globo.

sábado, 21 de novembro de 2009

Comemorar oque no dia do Negro?


BLOG DO U: Esse texto mostra o quando somos ingênuos ou pelo menos deixamos passar desapercebido um racismo embutido nas cenas de dramaticidade de uma novela.


Ele refere-se à novela Viver a Vida, de Manoel Carlos.


por Chico Mendes do blog viomundo de Luiz Carlos Azenha.


O que se viu ali foi a metáfora de tristes tempos: Uma negra com roupas que lembravam a vestimenta de escravas, cabelos desgrenhados, face sofrida com lágrimas a escorrer pelos olhos, ouvindo palavras fortes da Sinhá, da senhora de engenho, geralmente a senhora de engenho, branca como leite de cabra, era casada apenas para que o marido fosse aceito na sociedade. A sinhá não despertando mais desejo sexual no macho reprodutor fica isolada dentro de casa, sem precisar trabalhar. A agressora na novela não trabalha. Típica metáfora da senhora de engenho. O macho reprodutor não encontrando ali razões para desembestar sua libido vai à caça. E Helena aparece, não só ela mas e mais outras. A senhora de engenho, fria sexualmente pelo pudor que a conteve em seu casulo se revolta contra este mundo que se abre para seu macho, seu troféu. Nos tristes tempos, as senhoras de engenho sabendo que o macho reprodutor saíra à procura do quente sexo se vingava e com um alicate arrancava os mamilos das escravas e também com cabo de vassoura rasgava seu ventre a partir da vagina ou ânus. Como os tristes tempos não podem vir em sua inteireza, era preciso que uma fatalidade irrompesse na vingança: e eis que a cena se apresenta. A escrava se ajoelha diante da senhora de engenho e convencida de estar culpada se prepara para ser violentada. Nos dias que se seguem à cena racista, o que se vê são capítulos dando mostras de que Helena está até mais satisfeita que Thereza. A Sinhazinha está em estado depressivo e causando pena. A filha dando chilique em virtude de seu real estado. Tudo isso provoca nos telespectadores suas escolhas, suas preferências. Inconsciente ou consciente. Thereza é heroína, a filha paraplégica(em substituição ao motivo sexual) é a desculpa e Helena, a criminosa. A semana só NÃO terminou pior porque um dia depois o Ali Kamel e sua Globo e seus milhares de telespectadores racistas foram derrotados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que considerou o sistema de cotas raciais constitucional.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lula o filho do Brasil


BLOG DO U: Mesmo aqueles preconceituosos, que não gostam do cara, tem que ver isto e dar a mão à palmatória:



O SURPREENDENTE LULA
FHC, o farol, o sociólogo, entende tanto de sociologia quanto ogovernador de São Paulo, José Serra, entende de economia. ??.
Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis epobres à condição de consumidores; que não entende de economia, pagouas contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aosricos.
Lula, o “analfabeto”, que não entende de educação, criou mais escolase universidades que seus antecessores juntos, e ainda criou o PRÓ-UNI,que leva o filho do pobre à universidade.
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou osalário mínimo de 64 para mais de 200 dólares, e não quebrou aprevidência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disseque o Brasil está melhor que o mundo. Embora o “PIG” – Partido daImprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada,reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o paísliderança mundial de combustíveis renováveis.
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais ecolocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a serrespeitado e enterrou o G-8.
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foisindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceirosdo sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerceliderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto aChaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negrono Supremo (desmoralizado por brancos), uma mulher no cargo deprimeira ministra, e pode fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha e afrontounossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes,criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de oEstado investir, e hoje o PAC é um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou aindústria automobilística a bater recorde no trimestre.
Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluênciaentre os líderes mundiais, é respeitado e citado entre as pessoas maispoderosas e influentes no mundo atual.
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, játinha empatia e relação direta com Bush – notada até pela imprensaamericana – e agora tem a mesma empatia com Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador,é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial denegociador, lá, nos “States”.
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa,é ator da mudança geopolítica das Américas.
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nuncaestará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se tornainterlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor debravatas, faz história e será lembrado por um grande legado, dentro efora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois éum pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar comIsrael.
Lula, que não entende nada de nada, é melhor que todos os outros.
Pedro R. Lima, professor

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E se eles fossem do PT?


BLOG DO U: uma jornalista independente postou no seu blog a notícia que passou despercebida pelo fantástico, muito discreto na folha, e no estadão já nas revista época e veja não posso dizer nada, pois não leio elas não sou assinante, mas veja que diz a jornalista;


Por Jussara Seixas

Em 1991 um senador da República eleito por SP, FHC, casado com uma renomada antropóloga, Ruth Cardoso, pai de três filhos, teve um caso extraconjugal com uma jornalista da rede Globo, Miriam Dutra. Desse relacionamento extraconjugal nasceu um filho. O apartamento para os encontros amorosos entre o senador FHC e a jornalista global Miriam Dutra, segundo o jornalista Ricardo Noblat, era cedido pelo então deputado federal na época, José Serra, também eleito por SP em 1990. José Serra, hoje governador de SP, foi o alcoviteiro do caso. Desde 1990 José Serra e FHC eram unha e carne. Serra não só ajudava o amigo a trair a esposa, mas compartilhava as idéias políticas do atraso, do entreguismo, de governar sempre para os ricos. José Serra foi eleito deputado federal nessa eleição com apoio preferencial da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). Em 1994 foi eleito senador por SP, e de imediato declarou-se a favor da privatização da Companhia Vale do Rio Doce. A mídia escondeu por 18 anos os fatos. Hoje, após FHC ter revelado que vai reconhecer a paternidade do filho, os jornalões tratam do assunto muito discretamente. A jornalista teve o filho no Brasil, registrou-o apenas em seu nome e a Globo imediatamente a transferiu para fora do país. Miriam Dutra criou o seu filho na Europa durante 18 anos. Hoje os abestalhados da Veja e afins dizem que ninguém tem nada a ver com vida particular, íntima, de FHC e, pasmem, louvam o fato de ele reconhecer a paternidade do rebento – após 18 anos! Por isso, foi até chamado de ‘grande homem’ por muitos abestalhados.



Aqueles que pregam diariamente a moral, a ética, os bons costumes, a família, a fidelidade conjugal tão querida da Igreja, enfiaram o rabinho nos meios das pernas. Sumiram. Transformar esse fato em grande escândalo, com críticas ácidas da imprensa, de políticos, com condenação da Igreja, só se FHC e José Serra fossem do PT, ou da base aliada do governo Lula, como Renan Calheiros. A mídia tão investigativa, tão sedenta por descobrir e publicar a verdade, não vai procurar saber de onde vieram os recursos de FHC para o sustento do filho e da outra na Europa? Não vai apurar se o apartamento emprestado pelo José Serra, na época deputado federal, era o apartamento funcional, pago com o dinheiro do contribuinte? Cadê os juristas de plantão para opinar se houve quebra de decoro parlamentar? Se houve falta de ética?


No caso Renan Calheiros, justificaram o escândalo com o argumento de que era um homem público, um senador, e devia respostas e satisfação à sociedade. Foi massacrado pela mídia, só faltou ser enforcado em praça pública. FHC e Serra não são homens públicos? Não devem satisfações à sociedade? Por que? Porque são oposição ao governo Lula, porque mantêm grandes acordos e negócios com os jornalãos e com a mídia, que sempre os favoreceu financeira e politicamente. Os donos da mídia fazem parte da elite, e é para essa elite que FHC e Serra sempre governaram. Se FHC e Serra fossem do PT ou da base aliada do governo Lula, eles estariam perdidos, seriam manchetes nos jornais, na telinha da Globo, nas páginas da Veja. Seriam objeto de CPI, que convocaria até Miriam Dutra e o filho. Seriam massacrados sem dó nem piedade. Mas são do PSDB, então abafe-se o caso, afinal o nome do candidato deles, o Serra, está no rolo e tem que ser preservado.

domingo, 15 de novembro de 2009

Maffei: Por mais alto que os tucanos possam voar, nunca alcançarão as estrelas


BLOG DO U: O post é direto da fonte;




Esta foi uma das frases de um vice-prefeito no encontro dos prefeitos e prefeitas, vices-prefeitos e vices-prefeitas do PT com a pré-candidata Dilma Roussef, em Guarulhos no último dia 7 de novembro.
Saudada com um grito de olê, olé, olé, olá, Dilma, Dilma, por centenas de prefeitos (as) e vices, além de outros militantes, a atual ministra da casa civil mostrou a que veio, fazendo um discurso competente e militante.
Intransigente na defesa do governo Lula e do povo brasileiro, Dilma demonstrou que está preparada para enfrentar a eleição das nossas vidas. A eleição que consumará de uma vez por todas a democracia brasileira e aprofundará a discussão política entre dois projetos: o neo-liberal de FHC e Serra, o projeto tucano e o projeto popular do presidente Lula e da ministra Dilma, o projeto petista e de seus aliados.
É o projeto dos exterminadores do futuro, das privatizações e da Petrobrax contra o projeto da esperança que venceu o medo, do estado como indutor de desenvolvimento e do pré-sal.
Nós militantes petistas temos certeza que o povo saberá discernir fazendo uma comparação dos oito anos do governo do presidente Lula em comparação com o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Governo tucano onde qualquer marola internacional causava um tsunami no Brasil, contra um governo popular aonde o maior tsunami vindo dos Estados Unidos causou apenas marolas na nossa economia.
Graças à política econômica do nosso governo garantiu-se, através dos nossos bancos federais e da redução da taxa de juros - além da desoneração de vários impostos, que acreditar no mercado interno é a melhor forma de debandar uma crise.
O Brasil vive seu melhor momento econômico e social - além do grande respeito internacional. Por isso, nós militantes da esquerda brasileira, sabemos que, democraticamente, o terceiro mandato do presidente Lula será a eleição da companheira Dilma como a primeira mulher presidente do Brasil.



Cláudio Maffei (PT) - prefeito de Porto Feliz (SP)


Cláudio Maffei, um prefeito que deveria servir de exemplo em Itu


foto: Vice Júlio Bronze, Deputado Federal, Arlindo Chinaglia,
Urias, Prefeito Cláudio Maffei, Deputado Federal Devanir Ribeiro.
BLOG DO U: As palavras do vereador de Itu Guilehrme Gazzola mostra a dimensão que esta tomando a administração Cláudio Maffei (PT) na região. O que é para nós uma grata satisfação não só por fazer parte disso, mas por ter construído isso junto, este governo na sua base no nascedouro.


Lembro-me como se fosse hoje o dia em que nós sentamos na sede para discutir estratégia para a campanha de 2004, e todas as lutas travada nas ruas, nas esquina, nas casas, de cada cidadão portofelissense para poder convencer que Cláudio Maffei do PT era o melhor para Porto Feliz, como é bom e gratificante ver outras pessoas de outra cidade tecer elogios a nosso prefeito e a sua administração.



Só nos resta dizer obrigado Maffei

Por Guilerme Gazzola Vereador de Itu.

O prefeito de Porto Feliz, Cláudio Maffei, é uma das personalidades políticas mais respeitadas da região, e não é para menos. Engajado, batalhador, trabalhador, ético, entre tantos outros atributos que aqui poderiam ser citados, Maffei deveria ser um exemplo para prefeitos de outras cidades, principalmente para alguns que vivem em palácios de cristais e tem quase certeza de que são reis, e não servidores públicos eleitos pela população.
O respeito adquirido pelo prefeito portofelissense é tanto, que na sessão ordinária do dia 09 de novembro, ele esteve na Câmara Municipal de Itu para convidar os vereadores para a Marcha Paulista, e foi recebido e elogiado por todos os políticos ituanos, independente de partidos ou posições.Para se ter uma idéia até mesmo o prefeito de Itu, que trabalhou na campanha do opositor de Maffei em Porto Feliz, tem tentado “agradar” o prefeito de Porto Feliz em seu jornal “O Cidadão”, por saber que ganha muita credibilidade ao se aproximar de um homem de credibilidade.A mim cabe apenas parabenizar Maffei pelo seu trabalho e exemplo.Boa sorte!

sábado, 14 de novembro de 2009

Dois pesos, duas medidas


BLOG DO U:


Manchete do UOL nesta tarde de sábado:Rodoanel (SP)Petistas usam acidente para atacar José Serra



Este blogueiro não viu no UOL a manchete: Apagão Tucanos usam blecautepara atacar Dilma Rousseff


Por que será?

O Rodoanel, mais uma pérola do PSDB no estado.


BLOG DO U: O acidente do Rodoanel coloca amostra as vísceras do governo tucano, este acidente junto com o desabamento da linha amarela do metro, são prova viva do desmonte que esta por trás deste governo em que se "privatiza" tudo e os empreiteiros só visam lucros.
Direto do Mpost blog.
Pelo menos três pessoas estão gravemente feridas após três vigas de sustentação de um viaduto em construção do trecho sul do Rodoanel caírem sobre três veículos - um caminhão e dois carros - na altura do km 277, da rodovia Régis Bittencourt, em Embu das Artes, na Grande São Paulo.Indagado pelo R7, o Governo do Estado disse que não vai se pronunciar por enquanto.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as três vítimas já foram socorridas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta das 21h10. Pelo menos seis viaturas do corpo de Bombeiros, três da Polícia Rodoviária e ambulâncias da concessionária estão no local.
Por conta do acidente a pista sentido São Paulo está totalmente interditada para o tráfego e o congestionamento já atinge mais de cinco quilômetros. O trânsito está sendo desviado para dentro do município de Embu das Artes.
De acordo com a concessária Autopista, a rodovia Régis Bittencourt está completamente bloqueada nos dois sentidos: São Paulo e Curitiba.
No sentido São Paulo, a rodovia está interditada desde as 21h e tem cinco quilômetros de lentidão. O desvio pode ser feito pelo quilômetro 280.
No sentido Curitiba, bloqueado há pouco, o desvio pode ser feito pelo Rodoanel.A concessionária que administra a Régis Bittencourt informou, mais cedo, que uma operação que estava agendada para amanhã e o próximo domingo (15) iria trocar seis vigas no local para terminar o viaduto sobre a rodovia.

Mudanças na mídia: teles em ação

BLOG DO U: Direto do blog entre linhas, o texto é longo, mas vale apena ler.

Conforme adiantado neste blog – ainda não era possível contar a história toda –, vale a pena comentar um pouco as mudanças em curso no sistema de comunicação do Brasil. Muita gente já percebeu, mas talvez não tenha ainda a real dimensão do que está ocorrendo. A cada dia que passa, fica mais claro o posicionamento das operadoras de telefonia - fixa e móve -, que apenas aguardam modificações na legislação para entrar de cabeça no mercado de mídia - televisão, especialmente. Na internet, veículo em que as teles já podem atuar, é possível perceber o movimento de forma bastante clara. Vamos aos fatos concretos.



Na semana passada, o Observatório da Imprensa, site do qual este blogueiro é Editor Executivo, foi comunicado pelo portal iG, hoje umbilicalmente ligado à operadora Oi, que o contrato de hospedagem e fornecimento de conteúdo não seria renovado. A partir de dezembro, o Observatório estará hospedado em outro servidor e deixará de receber a mensalidade que o iG pagava - um recurso importante para a operação do site. E não foi só o Observatório. Praticamente todos os parceiros do iG em situação semelhante à do OI já foram avisados (ou estão sendo) sobre a não-renovação dos contratos. A ideia do portal iG agora é reforçar a sua marca. Para tanto, contratou o jornalista Eduardo Oinegue, ex-Veja, que comanda a reestruturação, ou, em palavras mais chiques, o "reposiconamento da marca".


Desde que assumiu, Oinegue vem provocando um verdadeiro terremoto no mercado de trabalho jornalístico, contratando profissionais com salários bem altos. Um repórter que cobrirá o Congresso Nacional em Brasília vai receber R$ 12 mil mensais. Somando os encargos trabalhistas, é o mesmo que o iG pagava ao site parceiro Congresso em Foco, que possui uma redação bastante aguerrida e vem recebendo prêmios de jornalismo pela excelência do seu trabalho. Com dinheiro para gastar, Oinegue, porém, preferiu montar sua própria redação em Brasília, sob o comando do experiente Tales Faria. Contratou Matheus Leitão, filho de Marcelo Netto e Míriam Leitão, o repórter que deu o "furo" do caso Francenildo para a Época, e Christiane Barbieri, ex-Folha, com passagem relâmpago pelo Brasil Econômico. Em São Paulo, Eduardo Oinegue já tirou Guilherme Barros da mesma Folha e deu a ele uma coluna no portal, com dois repórteres - repórteres mesmo, não estagiários.


Mas tudo isto é na verdade apenas a ponta do iceberg, para usar um jargão proibido em qualquer redação séria. O iG está rico e forte porque por trás dele está a Oi. Isto é fato. Pouco tempo atrás, a revista Veja deu uma notinha na coluna Radar, de Lauro Jardim, informando que a Oi estaria procurando um jornal impresso para comprar. E pelo que este blog apurou, tão logo a legislação permita, a operadora entra também no mercado de televisão.


A Telefônica, aliás, já oferece TV por assinatura e também não está parada e embora seu investimento em internet seja bem mais comedido que o do iG, o modelo é o mesmo: aposta no conteúdo próprio.


É evidente que em poucos anos o panorama da mídia brasileira será outro. A Oi nasceu com faturamento de R$ 30 bilhões ao passo que a Rede Globo, líder entre as emissoras brasileiras, não consegue mais do que R$ 8 bilhões por ano. A diferença é brutal. A Telefonica de Espanha, por exemplo, tem de lucro o que a Globo fatura por ano. Não há competição possível, é óbvio que as teles vão engolir as emissoras nacionais todas e dominar este mercado. Os mais espertos - e a Globo é espertíssima - poderão se tornar fornecedores de conteúdo para as teles, que não têm, ainda, know how neste ramo.


E, afinal, como será o futuro da mídia brasileira com a preponderância das teles? Não dá, ainda, para saber. Vai circular mais dinheiro, porém haverá tembém muita sinergia entre as empresas subsidiárias, no campo de mídia, das enormes empresas de telefonia, cujo core business sempre será telefonia mesmo...


Alguns românticos terão saudade do tempo das empresas familiares, talvez esquecendo o quão ruim também foram as administrações deste tipo no jornalismo brasileiro. A questão das teles não é de todo nefasta para o mercado de trabalho dos jornalistas, por exemplo, mas o é para a construção de uma nação soberana e dona de seu próprio nariz. Nada contra a participação de estrangeiros na mídia brasileira, que de resto, pelo menos no que se refere à televisão a cabo, já existe, é uma realidade, porém uma boa regulamentação que imponha certos limites ao gigantismo das teles pode equilibrar o jogo e permitir que o Brasil possua um sistema de mídia mais parecido com o europeu do que o norte-americano.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Perfil do governo petista

BLOG DO U: Do Valor, uma análise de profundo conhecimento de Maria Ines Nassif.
Vale a pena ler:

Por Maria Inês Nassif
O perfil do governo petista que ascendeu ao poder pelo voto nas últimas duas eleições vai dar um trabalho maior de análise, no futuro, do que apaixonadas declarações sobre o caráter da inserção das forças sociais no jogo de poder. Existem elementos que precisarão ser analisados longe de um período eleitoral.

A primeira exigência de uma análise futura será a de evitar comparações automáticas – e fáceis – com o período de João Goulart, no pré-64. Jango era o líder claudicante de um governo populista, herdeiro de um pacto de poder que não era seu e com uma base social que herdara do getulismo e sob a qual não tinha grande controle. O que existia de seu era uma base trabalhista formada sobretudo no interior do Estado – o peleguismo – e que não necessariamente tinha, ela própria, inserção social. A liderança populista não tinha também vínculo orgânico com seu partido, o PTB, nem este partido era depositário de um projeto de poder. O PTB, também criado por Getúlio Vargas, foi criado para capitalizar a popularidade getulista, não para servir a um projeto que lhe fosse próprio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) não são organizações e lideranças constituídas à sombra do Estado. Os três têm ligação umbilical: surgem das lutas oposicionistas do início dos anos 80, em especial a partir dos primeiros movimentos sindicais de massa do pós-ditadura, liderados por Lula. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi a primeira construção organizada das novas lideranças sindicais que emergiam no cenário político. O Partido dos Trabalhadores (PT) foi a construção política da articulação sindical, montada com base na crítica do modelo político varguista em que a base política de um projeto de poder se confundia com a estrutura sindical. PT, Lula e CUT constituíram suas lideranças fora do Estado e ficaram na oposição até 2002, quando Lula ganhou a eleição para a Presidência no PT e com o apoio da CUT. O governo Lula, portanto, não é uma construção pessoal do presidente Lula – é possível dizer que é produto de uma luta pelo poder em que participaram, do mesmo lado, PT e CUT, forças constituídas fora do Estado e que a ele ascenderam pelo voto. Segundo o sociólogo argentino Torcuato Di Tella, da Universidade de mesmo nome, na reunião anual da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs) deste ano, o fato de essas forças terem se constituído de fora do Estado já tornam relativa a afirmação de que o governo Lula tem um perfil populista.

A ascensão de Lula ao Palácio do Planalto trouxe para o poder todos esses elementos – o PT, a CUT e, de forma indecisa e menos compacta, os movimentos sociais. Esse era um elemento novo em relação aos demais governos. Embora o PSDB tivesse desempenhado um inegável papel na luta contra a ditadura e incorporado elementos importantes da social-democracia na sua constituição, nos governos Fernando Henrique Cardoso não conseguiu levar para dentro de seu governo setores sindicais e populares. Primeiro, porque a sua base social não era a mesma que a do PT – já no Plano Real, a aliança no poder tendia ao centro do espectro partidário. Depois, porque o PSDB sempre disputou com Lula – que era, devido à sua origem e à constituição do próprio PT, o depositário do apoio político da maior parte do movimento sindical e também dos movimentos populares. O PSDB não incorporou o movimento sindical no seu governo porque não o tinha; não teve o apoio dos movimentos sociais porque a aliança que o mantinha no poder excluía essa possibilidade. Difícil imaginar que, se tivesse bases sindical e social mais sólidas, o PSDB não as tivesse incorporado na sua base de apoio.

O outro elemento a ser analisado é o caráter dessa aliança tão ampla como a que conseguiu Lula. Um elemento claro é a incorporação de grandes massas não apenas ao mercado de consumo, mas ao mercado político, como eleitores de Lula, via programas de transferência de renda. Outros dados são a excessiva força que teve o setor financeiro em seu governo, em especial no seu primeiro mandato (2003-2006); a opção clara pelo agronegócio, mesmo quando ele representa a manutenção de um setor que carrega enorme atraso político; e a configuração de um governo que abriga pequenos partidos de direita. Mas é certo também que o apoio do sindicalismo e dos movimentos sociais – nem todos estão com o governo, mas parte deles está – é o que Lula tem de apoio de setores organizados. Isto quer dizer que a gestão Lula não pode ser descrita como um governo tomado por grandes massas desorganizadas beneficiadas por programas sociais. É um governo apoiado por grandes massas, mas também por setores sociais tão variados como o sindicalismo e o setor agrário, além do setor financeiro. Esses apoios podem ser tão amplos quanto os que mantinham uma liderança populista no poder, mas são organizados e não são uma construção política do governante, mas ascenderam ao poder com ele.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O país da tropicália

BLOG DO U: Por José Celso Martinez Corrêa do Estadão

Tropicália, sob o signo do escorpião
No mesmo dia em que Caetano fazia sua entrevista de capa, muito bela como sempre, no Caderno 2 do Estadão, o Ministro Ecologista Juca Ferreira publicava uma matéria na Folha na seção Debates. Um texto extraordinariamente bem escrito em torno da cultura, como estratégia, iniciada no 1º Governo de Lula ao nomear corajosa e muito sabiamente Gilberto Gil como Ministro da Cultura e hoje consolidada na gestão atual do Ministro Juca. Hoje temos pela primeira vez na nossa história um corpo concreto de potencialização da cultura brazyleira: o Ministério da Cultura, e isso seu atual Ministro soube muito bem fazer, um CQD em seu texto.

Por outro lado, meu adorado Poeta Caetano, como sempre, me surpreendeu na sua interpretação de Lula como analfabeto, de fala cafajeste, abrindo seu voto para Marina Silva.

Nós temos muitas vezes interpretações até gêmeas, mas acho caetanamente bonito nestes tempos de invenção da democracia brazyleira, que surjam perspectivas opostas, mesmo dentro deste movimento que acredito que pulsa mais forte que nunca no mundo todo, a Tropicália.

Percebi isso ao prefaciar a tradução em português crioulo = brazyleiro do melhor livro, na minha perspectiva, claro, escrito sobre a Tropicália: Brutality Garden, Jardim Brutalidade, de Chris Dunn, professor de literatura Brazyleira, na Tulane University de New Orleans.

Acho, diferentemente de Caetano, que temos em Lula o primeiro presidente antropófago brazyleiro, aliás Lula é nascido em Caetés, nas regiões onde foi devorado por índios analfabetos o Bispo Sardinha que, segundo o poeta maior da Tropicália, Oswald de Andrade, é a gênese da história do Brazil. Não é o quadro de Pedro Américo com a 1ª Missa a imagem fundadora de nossa nação, mas a da devoração que ninguém ainda conseguiu pintar.

Lula começou por surpreender a todos quando, passando por cima das pressões da política cultural da esquerda ressentida, prometeica, nomeou o Antropófago Gilberto Gil para Ministro da Cultura e Celso Amorim, que era macaca de Emilinha Borba, para o Ministério das Relações Exteriores, Marina Silva para o Meio Ambiente e tanta gente que tem conquistado vitórias, avanços para o Brasil, pelo exercício de seu poder-phoder humano, mais que humano.

Phoderes que têm de sambar pra driblar a máquina perversa oligárquica, podre, do Estado brasileiro. Um estado oligárquico de fato, dentro de um Estado Republicano ainda não conquistado para a “res pública”. Tudo dentro de um futebol democrático admirável de cintura. Lula não pára de carnavalizar, de antropofagiar, pro País não parar de sambar, usando as próprias oligarquias.

Lula tem phala e sabedoria carnavalesca nas artérias, tem dado entrevistas maravilhosas, onde inverte, carnavaliza totalmente o senso comum do rebanho. Por exemplo, quando convoca os jornalistas da Folha de S. Paulo a desobedecer seus editores e ouvir, transmitindo ao vivo a phala do povo. A interpretação da editoria é a do jornal e não a da liberdade do jornalista. Aí , quando liberta o jornalista da submissão ao dono do jornal, é acusado de ser contra a liberdade de expressão. Brilha Maquiavel, quando aceita aliança com Judas, como Dionísios que casa-se com a própria responsável por seu assassinato como Minotauro, Ariadne. É realmente um transformador do Tabu em Totem e de uma eloquência amor-humor tão bela quanto a do próprio Caetano.

Essa sabedoria filosófica reflete-se na revolução cultural internacional que Lula criou com Celso Amorim e Gil, para a política internacional. O Brasil inaugurou uma política de solidariedade internacional. Não aceita a lógica da vendetta, da ameaça, da retaliação. Propõe o diálogo com todos os diabos, santos, mortais, tendo certa ojeriza pelos filisteus como ele mesmo diz. Adoro ouvir Lula falar, principalmente em direto com o público como num teatro grego. É um de nossos maiores atores. Mais que alfabetizado na batucada da vida, lula é um intérprete dela: a vida, o que é muito mais importante que o letrismo. Quantos eruditos analfabetos não sabem ler os fenômenos da escrita viva do mundo diante de seus olhos?

Eu abro meu voto para a linha que vem de Getúlio, de Brizola, de Lula: Dilma, apesar de achar que está marcando em não enxergar, nisto se parece com Caetano, a importância do Ministério da Cultura no Governo Lula. Nos 5 dedos da mão em que aponta suas metas, precisa saber mais das coisas, e incluir o binômio Cultura & Educação.

Quanto a Marina Silva, quando eu soube que se diz criacionista, portanto contra a descriminalização do aborto e da pesquisa com células-tronco, pobre de mim, chumbado por um enfarte grave, sonhando com um coração novo, deixei de sequer imaginar votar nela. Fiz até uma cena na Estrela Brasyleira a Vagar – Cacilda!! para uma personagem, de uma atriz jovem contemporânea que quer encarnar Cacilda Becker hoje, defendendo este programa tétrico.

Gosto muito de Dilma, como de Caetano, onde vou além do amar, vou pra Adoração, a Santa adorada dos deuses. Acho a afetividade a categoria política mais importante desta era de mudanças. “Amor Ordem e Progresso.” O amor guilhotinado de nossa bandeira virou um lema Carandiru: Ordem e Progresso, só.

Apreendi no livro de Chris Dunn que os americanos chamam esta categoria de laços homossociais, sem conotação direta com o homoerotismo, e sim com o amor a coisas comuns a todos, como a sagração da natureza, a liberdade e a paixão pelo amor energia, santíssima eletricidade. Sinto que nessas duas pessoas de que gosto muito, Caetano e Dilma, as fichas da importância cultural estratégica, concreta, da Arte e da Cultura, do governo Lula, ainda não caíram.

A própria pessoa de Lula é culta, apesar de não gostar, ainda, de ler. Acho que quando tiver férias da Presidência vai dedicar-se a estudar e apreender mais do que já sabe em muitas línguas. Até hoje ele não pisou no Oficina. Desejo muito ter este maravilhoso ator vendo nossos espetáculos. Lula chega à hierarquia máxima do teatro, a que corresponde ao papa no catolicismo: o palhaço. Tem a extrema sabedoria de saber rir de si mesmo. Lula é um escândalo permanente para a mente moralista do rebanho. Um cultivador da vida, muito sabido, esperto. Não é à toa que Obama o considera o político mais popular do mundo.

Caetano vai de Marina, eu vou de Dilma. Sei que como Lula ela também sente a poesia de Caetano, como todos nós, pois vem tocada pelo valor da criação divina dos brazyleiros. Essa “estasia”, Amor-Humor, na Arte, que resulta em sabedoria de viver do brasileiro: Vida de Artista. Não há melhor coisa que exista!

Lula faz política culta e com arte. Sabe que a cultura de sobrevivência do povo brasileiro não é super, é infra estrutura. Caetano sabe disso, é uma imensa raiz antenada no rizoma da cultura atual brazyleira renascente de novo, dentro de nós todos mestiços brazyleiros. Fico grato a Caetano ter me proporcionado expor assim tudo que eu sinto do que estamos vivendo aqui agora no Brasil, que hoje é um país de poesia de exportação como sonhava Oswald de Andrade, que no Pau Brasil, o livro mais sofisticado, sem igual brazyleiro canta:

“Vício na fala
Pra dizerem milho dizem mio
Pra melhor, dizem mió
Para telha, dizem teia
Para telhado, dizem teiado
E vão fazendo telhado”

Hoje quem paga a conta e a Mulher




BLOG DO U: POR ELIANE CANTANHÊDE – FOLHA SP


BRASÍLIA – Noutro dia, uma mulher de mais de 60 anos foi amordaçada, torturada e violentada por um criminoso que entrou na sua casa, em Brasília, fazendo-se passar por bombeiro eletricista.É dramático, mas comum. Pior foi a entrevista da delegada (delegadaaa!) a uma rádio, em que ela nem sequer fez referência ao crime e ao criminoso, centrando suas suspeitas (ou seriam certezas?) sobre a própria vítima: se nunca tinha visto o homem, como entabulou conversa com ele? Se morava sozinha, como deixou o estranho entrar? E sentenciou: “Há muita coisa estranha nessa história”.Nada disse sobre o estupro, a violência, a covardia, as escoriações, as muitas horas que a mulher havia ficado ferida, amarrada e amordaçada. No inconsciente da delegada, a vítima era a ré. Afinal, uma mulher madura, sozinha, sabe-se lá!É o que ocorre na Uniban, quando vândalos recalcados promovem uma rebelião, perseguem, ameaçam e humilham uma colega indefesa, porque… Por que mesmo? Ah, sim! Era insinuante. E ela é que acaba expulsa pelo conselho universitário, até o reitor agir. A vítima virou ré. Afinal, uma mulher jovem, bonita, de saia curta…São dois casos bastante simbólicos. No de Brasília, não foi um policial bruto e machista que inverteu as condições de vítima e réu: foi uma delegada mulher. No da Uniban, quem embolou os personagens foi o conselho de uma entidade acadêmica, que foi criada e é regiamente paga para cuidar da educação (e da segurança) dos filhos alheios.Se a delegada e a cúpula da escola são os primeiros e mais insensíveis algozes, para onde correr? A quem recorrer? O “mal” e o “bem” se embaralham cruelmente, e a vítima passa a ser cada vez mais vítima -na condição de ré.PS – Por falar nisso, no Estado de Maluf e na capital de Pitta, quem é condenada e paga a conta é Luiza Erundina. É de rir ou de chorar?

A terceirização e o financiamento político

BLOG DO U: Absurdo!! no roda-pé uma reportagem de Leandro Fortes da Carta Capital com link vale apena ler.





Por André Luiz da Silva

Caro Nassif, Blog do U: e amigos,

O caso aqui no Vale do Paraíba (SP) é o seguinte. O antigo hospital particular (que fazia os atendimentos do SUS) ia mal das pernas: dividas, repasse baixo do sus. Depois de anos e anos de negociações, o ex-governador de SP Alckimin (natural de Pindamonhangaba – Vale do Paraiba) decide estadualizar o antigo Hospital Santa Isabel de Taubaté (é aquele famoso pelo caso dos tráficos de órgãos na década de 90). Criou um Hospital Regional de referência. Terceirizou para o grupo Bandeirantes (que segundo consta é de empresários da cidade do ex-governador).
Pois bem, até onde se sabia, o hospital (HR) era uma maravilha. Quem precisou frequentá-lo teceu elogios ao ambiente, ao atendimento. Mas a regionalização trouxe problemas para a cidade de Taubaté. O HR atende casos de alta complexidade e encaminhamentos de pacientes das 39 cidades da região. Ou seja, a cidade de Taubaté ficou sem hospital para o atendimento inicial/básico, sem maternidade, etc. do SUS. Há um hospital universitário (Universidade de Tuabaté, autarquia municipal) que nem de longe dá conta do recado. Além disso, todo direcionamento da verba do SUS e da verba direta do executivo estadual é, agora, direcionada para o Hospital Regional.




No ano passado parece que o HR recebeu perto de 1 bilhão de recurso (40% de todo o investimento público em saúde no Vale do Paraíba), enquanto o Hospital Universitário recebeu pouco mais de 100 mil. Cheguei a vaticinar: “bom com tanto dinheiro assim é lógico que um hospital vai oferecer um serviço de qualidade, não precisava nem terceirizar, bastava destinar este montante de recursos para os antigos administradores e eles dariam conta do recado…” (se quisessem). E não é que o HR, ao que tudo indica, não oferece serviço a altura da verba.
Segundo consta neste ano de 2009 já foram mais de 500 mortos em função de uma infecção hospitalar no HR. Só em agosto foram 34 mortes. O problema é que estão abafando o caso. Vi a noticia num jornal local, mas não há referências na internet. O jornal Valeparaibano (em que Nassif é colunista) não disponibiliza o conteúdo para não assinantes. Encontrei apenas duas referências no goolge:



Um relatório da comissão de saúde da assembléia legislativa onde se lê:
“24 – Ofício do Deputado Luis Carlos Gondim solicitando o envio de ofício ao Secretário de Saúde do Estado de São Paulo para se obter informações detalhadas sobre o
possível surto de infecção generalizada no Hospital Regional de Taubaté, na Região do Vale do Paraíba.”




Link: http://webspl1.al.sp.gov.br/internet/download?poFileIfs=17079640&/c.pdf




E uma notícia:
Infecção generalizada é uma das causas de mortes no Hospital Regional de Taubaté
Link: http://www.valeflash.com.br/noticias/ver.asp?id=1812





Enquanto isso, muitas outras mortes ocorrem no pronto-socorro municipal, entre outras causas, por falta de leitos hospitalares para transferir os pacientes. O Pronto-socorro municipal de Taubaté é uma pocilga (um cachote de bloco) que uma vigilância sanitária coerente não liberaria (desconfio que o fazem por uma opção do tipo ruim com, pior sem). Uma tragédia. A terceirização da distribuição gatruita de remédios também não funciona na cidade. Depois que a Home-care foi denunciada pelo minstério público, o que era ruim, ficou pior. Um absurdo!!





Por Leandro Fortes
Nassif,
Essa terceirização é uma ação criminosa de âmbito nacional levada a cabo por um esquema de ONGs e OCIPs ligadas a políticos de vários partidos, notadamente aos do PSDB e DEM, São Paulo à frente. A respeito, lhe repasso o link de uma matéria que fiz, há pouco mais de um mês, para CartaCapital, aqui no Distrito Federal, sobre as consequências desse expediente montado, ao que parece, para engordar caixas de campanha.

http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5072

O vice inesquecível






BLOG DO U: Amigos, o velho bordão também funciona aqui “Uma imagem vale mais que mil palavras.” Na foto acima um emocionado abraço entre o Presidente Lula e seu Vice Jose de Alencar um bravo, durante homenagem a este lutador e leal companheiro, na Fiesp.

domingo, 8 de novembro de 2009

Petroleiro aposentado conta como enfrentou FHC


BLOG DO U: Post aqui uma carta de um trabalhador que enfrentou a privatização da era FHC.

Vale apena ler;


Antonio DeiróTrabalhei na Petrobrás de julho de 1969 a março de 2001, com muito orgulho e dedicação. Estou aposentado e tenho plena consciência de ter ajudado a transformá-la na grande empresa que é hoje.
Atravessei todo o péríodo de FHC, peitando os gerentes subservientes que aderiram ao projeto de entregar a nossa empresa. A LUTA FOI ÁRDUA, MAS VALEU A PENA. Aqui na Bahia, como em todo o Brasil, a ordem era reduzir custos reduzindo pessoal, para poder privatizá-la. Terceirizaram tudo, até a perfuração de petróleo. Cortaram os custos de manutenção dos dutos e começou a pipocar vazamentos Brasil afora.
Tudo para denegrir a imagem da empresa e nos humilhar, para que parássemos de lutar.Tenho orgulho de dizer que a única unidade da Bahia onde não houve redução de pessoal foi na que eu trabalhava (Unidade de Processamento de Gás Natural, em Pojuca, Bahia, a primeira a processar gás no Brasil, inaugurada em 1962 ).
Sem falsa modéstia, graças ao meu empenho pessoal e o apoio de todo o grupo sob minha liderança. Eram apenas 25 colegas de turno (cinco para cada turma), mas se em todas as unidades houvesse a resistência que houve na nossa, ninguém seria demitido, transferido, ou afastado. Argumentei, expus em reuniões e através de e-mail os riscos em reduzir pessoal, enfim, peitei os gerentes incompetentes e eles recuaram. Mostrei que poderíamos reduzir custos aumentando a produtividade e assim fizemos.
Foram momentos difíceis, mas conseguimos dobrar os lacaios. Hoje, esses gerentes são uns párias e a Petrobrás é orgulho de todo brasileiro.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tucano o acusa de crime hediondo - e vai ficar por isso mesmo


BLOG DO U: Olha mais uma do PIG (*partido da imprensa golpista segundo PHA) eles estão dando voz a uma denuncia contra o corajoso ministro Joaquim Barbosa, vejam amigos blogueiros que contra os outros condenados nem mesmo depois de inocentado pela suprema corte eles divulgaram, direito de resposta jamais, já os tucanos tem direito até de acusar ministro, mas que mídia é essa?


O PiG (*) dá curso à grave acusacão de Eduardo Azeredo: o ministro Joaquim Barbosa plantou prova no processo contra ele.Onde estamos ?
Quem é o criminoso ?
O ministro, o corajoso ministro Joaquim Barbosa ?
Ou Eduardo Azeredo, o tucano pai do mensalão ?
Mas, sabe como é, amigo navegante, tucano pode tudo – é a minoria com complexo de maioria.
Já imaginou se o Zé Dirceu dissesse que o corajoso Joaquim Barbosa plantou prova contra ele ?
Seria um Deus nos acuda.
Mas, tucano dispõe da impunidade dos ricos, brancos, de olhos azuis.

por Paulo Henrique Amorim

Principais Acidentes com Petróleo e Derivados no Brasil:


BLOG DO U: O verdadeiro modo de destruir uma empresa publica na versão FHC, aí dizem os tucanos somo os melhores gestores deste país, será que é mesmo?

De uma olhada neste dados que encontrei na rede.

1 – Principais Acidentes com Petróleo e Derivados no Brasil:


No Brasil entre 1994 e 2004, ocorreram 46 acidentes com petróleo e derivados. Só nos anos de 2000 e 2001 ocorreram 25 acidentes. (quem era o presidente da república?)


- O último acidente com petróleo e derivados ocorreu em 15 de novembro de 2004.
Faz mais de cinco anos que não temos acidentes com petróleo e derivados. Qual a explicação? (quem é o atual presidente da república e a qual partido ele pertence?)

2 – Acidentes em Plataformas de Exploração no Brasil:


- No Brasil entre 1995 e 2001, ocorreram seis acidentes com plataformas de exploração (quem era mesmo o presidente da república?).


Desses seis acidentes, cinco foram na Bacia de Campos que iniciou com o afundamento da P-36 e todos esses acidentes ocorreram em 2001.
- O último acidente em plataforma de exploração foi em 19 de setembro de 2001.

Faz mais de 8 anos que não temos acidentes em plataformas no Brasil. Qual a explicação? (quem é o atual presidente da república e a qual partido ele pertence?)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MÍDIA - Generosidade no dia de finados.

BLOG DO U: Enviado pelo amigo Saraiva do blog Saraiva 13.

por Jeferson Melo, jornalista

“E aí vocês vão compreender porque a figura do chamado formador de opinião pública, que antes decidia as coisas nesse país, já não decide mais”. A aguda simplicidade da frase do presidente Lula, dirigida aos jornalistas que cobriam um evento em São Paulo, guarda uma verdade complexa e diz respeito à série de mudanças que atingem e redefinem, numa velocidade espantosa, o modo como se opera a comunicação social nesse início de século.

A constatação que os ditos formadores de opinião perderam importância mexeu com os brios da “mídia” brasileira, principalmente por expor um fato amplamente comprovado. Os “formadores de opinião” alcançaram alguma importância no início da década de 90, mas hoje, quase 20 anos depois, se tornaram irrelevantes. O próprio presidente Lula e sua popularidade estratosférica são o melhor exemplo da verdade contida no enunciado.

Assim como estabilizou sua aprovação popular na casa dos 80%, o presidente alcançou a unanimidade entre os articulistas, editorialistas, colunistas, comentaristas, pauteiros e até entre editores e repórteres da chamada grande imprensa. Quase todos, diariamente, se dedicam a atacar, distorcer e criticar negativamente todos os atos e ações do governo. E quando isso não é possível, a solução recorrente é a omissão dos fatos. E, mesmo assim, não se altera a percepção dos brasileiros.

A estratégia das empresas de comunicação brasileiras é adotada no momento em que o acesso à internet se expande e se consolida no país. Nesse meio, um turbilhão de informações está disponível ao cidadão, que pode ter acesso à fonte primária da notícia, além de opiniões distintas e variadas sobre qualquer tema de interesse. Gratuitamente. Os jornais, ao contrário, editorializaram a notícia e eliminaram a diversidade de opinião. Nos veículos brasileiros, independente de quem assina, o conteúdo pertence à mesma matriz ideológica. Uma ladainha monótona, com conclusão previamente conhecida. Não comporta análises, nem reflexões. É dispensável.

A última pesquisa Ibope Nilesen On Line mostra que 64,8 milhões de brasileiros já acessam a internet. Concomitantemente, o país registra a maior mobilidade social de sua história, com mais de 30 milhões ingressando na classe média. Gente que passou a consumir bens e produtos, entre os quais, a informação. E não é informação de jornal, porque estes registram retrações históricas de vendas, chegam aos números de tiragens de jornal de bairro. Também não é a informação veiculada nos velhos telejornais, que perdem o monopólio da audiência.

A lenda em torno do poder dos formadores de opinião ganhou corpo na década de 90, quando ainda vigorava a chamada “teoria da pedra no lago”, que recorria à imagem para comprovar que uma opinião emitida por determinada pessoa ou veículo se difundia através de ondas concêntricas para atingir parcela significativa da população. Com os blogs, sites, portais, páginas de relacionamentos, grupos sociais pendurados na internet, a água do lago perdeu a serenidade.

Receptores se transformaram em emissores. O lago é apedrejado diuturnamente. É uma babel onde o editorial, artigo ou reportagem da última edição faz tanta onda quanto a postagem de alguns blogueiros. Com a força que a crítica da mídia ganhou na internet, opiniões ou notícias publicadas pelos veículos tradicionais alcançam alguma relevância quando são alvos da desconstrução por parte dos blogs dedicados ao tema. Esse processo, estimulado pela falta de compromisso com a verdade por parte de quem noticia, mina o maior patrimônio de um veículo de comunicação: a credibilidade.

A internet produziu outro fenômeno, que é a difusão da informação de maneira colaborativa. Determinado assunto é debatido por diversas pessoas, que oferecem detalhes, novidades, opiniões e abordagens distintas sobre a questão em pauta. Tece-se uma rede ou uma corrente de opinião, cujos elos são mais fortes e perenes que ondinhas no lago. São recorrentes os exemplos em que os navegantes interferiram no rumo dos veículos ou no curso da história.Casos como a farsa em torno dos atentados de Madri, em 2004, cuja versão que atribuía a autoria ao ETA para favorecer a eleição de Jose Maria Asnar foi desmentida. E também a coleção de pseudo-fatos gerados pela Folha de São Paulo, que incluem a tentativa de amenizar a ditadura militar no Brasil, classificando-a como “ditabranda”, neologismo do ditador Pinochet; o spam com a ficha fajuta da ministra Dilma Rousseff; ou o mexerico sobre “agilizar” processos na Receita Federal. Todos provocaram correntes de protestos e também de chacotas tendo como alvo o próprio jornal.

Uma rápida observação na escalação do time dos formadores de opinião brasileiros endossa a observação do presidente. O grupo se reduz a figurinhas carentes de credibilidade e adestradas para repetir um discursinho ultrapassado. Alguém, além dos senadores do DEM ou do PSDB, leva a Veja e seus colunistas a sério? Qual a importância das “análises” de Miriam Leitão ou de Lúcia Hipolyto, inimigas da lógica e divorciadas da realidade. Arnaldo Jabor, macaqueando asneiras na tela da TV influencia algo além do discurso do Agripino Maia para um plenário vazio? Ou o formador de opinião é o Willian Bonner, interpretando uma expressão indignada após exibir mais uma reportagem com discurso do presidente Lula. Dora Kramer e Eliane Catanhede, quando muito, incomodam suas manicures com seus discursos.

Engana-se quem pensa que o presidente Lula jogou uma pá de cal no formador de opinião. Ao expor a irrelevância alcançada por essa turma, ele generosamente depositou flores em túmulos abandonados.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O PRÍNCIPE DA SOCIOLOGIA



BLOG DO U: Direto do blogesfera:
As palavras são as armas. E foi acreditando em sua capacidade de manejá-las com destreza que Fernando Henrique Cardoso tentou atacar o presidente Lula em seu artigo publicado no jornal O Globo, do último domingo. Em sua vaidade desmedida, imaginava-se escrevendo um texto inaugural, um manifesto histórico capaz de desvendar a cena política, retirando a oposição do estado letárgico em que se encontra. O efeito foi exatamente o contrário.

Por Gílson Caroni Filho
O texto mal escrito, sem sentido em muitos parágrafos, revela um erro de cálculo político sem precedentes. Contrariando seus aliados, que desejavam vê-lo distante da campanha do PSDB para presidente em 2010, FHC trouxe para o próximo pleito a comparação entre a política econômica do governo e a da gestão petista: A única polarização que a direita não queria. Imaginando-se um estrategista, virou um fardo pesado para as possíveis candidaturas de José Serra e de Aécio Neves. Triste para o prestigiado sociólogo, deplorável para o experiente político.Comparações são ociosas, mesmo porque cada polemista tem o seu tempo na história. Mas não é de hoje que o sonho do“"príncipe dos sociólogos" é ser um Carlos Lacerda redivivo. Vê a si próprio como um panfletário versátil e demolidor, capaz de usar as palavras como metralhadoras giratórias nas mãos de um guerrilheiro. O problema é que seu estilo é tosco e seus escritos ininteligíveis. Não é capaz de açular os medos da classe média, mesmo usando os velhos ingredientes que vão da ameaça de uma república sindicalista a um quadro incontrolável de corrupção. Não aprendeu que, sem o apoio das bases sociais que o acompanham, seu suposto prestígio pessoal conta pouco.Para criar condições de instabilidade superestrutural não bastam editoriais, artigos e noticiários de jornalistas de direita. É preciso que as classes dominantes se encontrem excepcionalmente reunidas em torno de um só objetivo. Para isso, do outro lado, tem que haver um governo fragilizado, com escassa base de apoio, incapaz de promover crescimento econômico com redistribuição de renda. Reeditar uma“"Marcha da Família com Deus, pela liberdade" não é o troféu fácil que o voluntarismo pedante imagina.Quando escreve que "é possível escolher ao acaso os exemplos de "pequenos assassinatos". Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal-ajambrada? Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira "nacionalista", pois, se o sistema atual, de concessões, fosse "entreguista", deveria ter sido banido, e não foi. Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública", seu objetivo é tão claro como raso.É uma volta ao passado como farsa. Aos tempos em que os nacionalistas lutavam por uma solução independente para extração e refino do petróleo, de importância estratégica para o desenvolvimento do país, enquanto os entreguistas definiam-se abertamente pela exploração do produto pelo capital estrangeiro. Claro que estamos tratando de realidades distintas no tempo e no espaço, mas a motivação da direita é idêntica. E é a ela que a inspiração de FHC se dirige, inebriado como se cavalgasse uma fulgurante carreira política. O desespero e o patético andam sempre de mãos juntas. Ainda mais se lembramos "quem cevou os facilitadores de negócios na máquina pública" no período que vai de 1994 a 2002.Criticando o que chama de "autoritarismo popular", o candidato a polemista prossegue: "Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão. Estes são "estrelas novas". Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes, mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam."A recorrência aos riscos de uma república sindicalista mostra a linhagem golpista do artigo de FHC, mas a falta de prudência, indispensável para quem pensa estar escrevendo um novo Manifesto dos Coronéis, leva a indagações. O autoritarismo de mercado, marca do seu mandato, é exemplo de democracia? A era da ligeireza econômica, da irresponsabilidade estatal ante a economia fortalecia as instituições do Estado Democrático de Direito? Ou não seria exatamente o oposto? Um bloco de poder composto pelo agronegócio, grandes corporações midiáticas e uma burguesia desde sempre associada, que privilegiava a ampliação crescente das margens de lucro, ignorando os custos sociais que isso implicava. Qual a autoridade política do ex-presidente para interpelar o atual?O que foi seu governo senão uma tentativa desastrosa de adaptar o aparelho de Estado às exigências criadas pelo neoliberalismo, contendo, a todo custo, as reivindicações dos trabalhadores do campo e da cidade? No final, com uma impopularidade recorde, a superestrutura política entrou em crise e os aliados contemplaram a rota de afastamento. É a isso que FHC nos convida a voltar?Outra observação interessante pode ser extraída desse trecho: "Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental numa companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas?". Aqui, o lacerdista frustrado ultrapassou qualquer limite da sensatez. Abriu o flanco, ao permitir a inversão da pergunta que faz.Como destacaram, em 1997, Cid Benjamim e Ricardo Bueno, no "Dossiê da Vale do Rio Doce", "o Brasil levou 54 anos para construir e amadurecer esse gigantesco complexo produtivo. O governo FHC pretende vendê-lo, recebendo no leilão uma quantia que corresponderá, mais ou menos a um mês de juros da dívida interna". Em maio daquele ano, a Vale foi vendida pelo governo federal por R$ 3,3 bilhões. Em 2007, seu valor de mercado estava em torno de R$103 bilhões. Em nenhum outro período a máquina estatal foi usada para transferir recursos públicos para o capital privado como nos dois governos do tucanato. Foi a esse continuísmo que a população deu um basta em outubro de 2002.O que se pode depreender das linhas escritas pelo tucano que queria ser corvo? FHC se especializou na arte do embarque em canoas onde o lugar do náufrago está antecipadamente destinado ao canoeiro de ocasião. Julgava estar redigindo um artigo que funcionaria como divisor de águas. Mas afundou junto com ele. Escreveu o seu próprio réquiem, levando junto velhos próceres do PSDB.

GLOBO E JEREISSATI VÃO CORTAR RELAÇÕES BRASIL- NOVA IORQUE?

BLOG DO U: Copiado do "Blog do Brizola Neto"

Bloomberg,o bilionário. Alguém vai dizer que ele é ditador?

Eu abordei aqui a reação provinciana do Senador Tasso Jereissati e o editorial furibundo de O Globo contra a entrada da Venezuela, terceiro parceiro comercial brasileiro, no Mercosul. Agora, por um dever de coerência, acho que eles deviam propor o fim de qualquer relacionamento comercial brasileiro com empresas instaladas em Nova York e reivindicar a suspensão de vistos para os brasileiros que quiserem ir à cidade.

É que os jornais anunciam que o prefeito (e milionário) Michael Bloomberg mudou a lei municipal e conseguiu a aprovação num referendo para um terceiro mandato num referendo. Ao contrário do que aconteceu na Venezuela, porém, Bloomberg fez como Fernando Henrique fez no Brasil para criar a reeleição: nada de consulta em referendo, para saber se o povo concordava.

Isso valeu-lhe um comentário com comparação semelhante do jornalista Clyde Haberman, no The New York Times:

O homem que voltou a consultar o povo era o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ainda que seja severamente criticado nos Estados Unidos, descrito como déspota e até mesmo como um bufão, ele fez aquilo que o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não teve coragem de fazer. E venceu, da mesma forma que muitos cidadãos de Nova York imaginam Bloomberg teria vencido, caso depositasse mais fé no eleitorado. No domingo, os venezuelanos aprovaram em um referendo o direito do presidente e outros ocupantes de cargos eletivos a se eleger quantas vezes quiserem para um mesmo posto.
Perguntaram ao prefeito um dia desses se a experiência venezuelana o havia levado a reconsiderar a forma pela qual alterou a lei de limitação de mandatos na cidade. A questão irritou Bloomberg. Hoje em dia, prepotência em entrevistas coletivas se tornou sua marca registrada. “O que temos nós a ver com Hugo Chávez?”, ele rebateu.

Bloomberg usa sua própria fortuna, estimada em 17,5 bilhões de dólares, para dominar a campanha eleitoral. Calcula-se que tenha gasto, do bolso, cerca US$ 100 a 140 milhões. Seu rival, o democrata Bill Thomson, investiu US$ 6 milhões.Sei que Jereissati tem uma simpatia natural por Bloomberg: ambos viajam nos seus próprios jatinhos, “porque podem”. Mas espero ver, antes da eleição de terça-feira, um editorial de O Globo e um discurso do senador contra este “ditadorzinho latino americano” de Nova York.